sábado, 26 de março de 2016

Hoje anoiteceu mais cedo....

Hoje será mais um dos dias que irei relembrar para todo o sempre... O dia 26 de Março de 2016 vai ser relembrado como o dia em que eu tive de tomar uma decisão que só não custa a quem não ama.

Há quem diga que é um acto de coragem, de compaixão, como o último acto de Amor para com um animal que sempre nos foi fiel, um animal que sempre nos acompanhou para todo o lado, um animal que nos amou incondicionalmente, ok, por vezes amava-nos à troca de uma bolacha ou de um qualquer pedaço de carne, mas afinal o que seria da vida sem pequenos mimos?...

Catarina, ou Cat para os amigos, o que dizer de ti? Foste uma cadela magnífica, uma companheira para todas as ocasiões, uma companheira de caminhadas, quem diria que já com quase 11 anos tu ias fazer quase 10km a "rebocar" uma bicicleta comigo em cima!!! És um espectáculo, sempre foste e sempre serás, sim porque morrer morrem os fracos, os fortes permanecem vivos para sempre...

Cancro... nojo de palavra, nojo de doença, nojo de destino a que estamos sujeitos. A impotência é imensa... Desculpa meu amor por nada mais ter conseguido fazer por ti.

Desculpa por tudo o que não fiz, mas obrigado por tudo o que me deste.

Descansa em Paz meu Amor.

12/12/2004 - 26/03/2016








Antes de me ir embora, queria deixar um agradecimento público à "minha" vet Dra. Ana Hellman, uma pessoa magnífica, incansável, que nunca nos abandonou quando mais precisávamos, humana, muito humana mesmo. Obrigada por tudo e como eu já disse hoje, the show must go on...


sexta-feira, 4 de março de 2016

Krishna - a dobermann do demo... ou não!

Pois é, a Krishna também teve um início de vida difícil, mas teve a sorte de se cruzar connosco... eu não queria não, mas parece que estas palavras estão possuídas por um qualquer feitiço que se vira contra mim na hora da verdade, é melhor não voltar a repeti-las....

Um dia, num fórum de animais, deve ser por isso que me afastei e não quero ouvir nem falar de fóruns de animais, mas agora o Facebook finta-me... adiante... como eu ia dizendo, num fórum de animais, aparece um tópico a falar de "ansiedade por separação", e eu fui ver, era sobre uma dobermann que nunca saía de casa, já tinha 4 anos e blá blá, e na 2ª página vem esta mensagem:


"Ela chegou ontem.. e infelizmente vai ter de voltar para os antigos donos até que eles encontrem outra pessoa para ela Ela até é meiga (dentro dos possÃíveis dado a força que ela tem) mas não foi minimamente socializada quando era bebé.
Ela a puxar a trela parece um cavalo mas isso não era problema..
Estava tudo bem até de madrugada quando ela decide morder-me e rosnar-me! Estava a tentar roer o meu braço como se fosse um osso!!
Como se isso não bastasse hoje de manhã fui passear com ela e cada vez que um idoso passava por perto ela rosnava imenso!
Para finalizar decidiu rosnar para a bebé que aqui tenho em casa (10 meses).
A dona só dizia para eu lhe bater no focinho mas com o bebé é mais complicado e por mais que me custe, porque ela é uma cadelinha que apenas cresceu de maneira errada, não posso arriscar que ela se vire a alguém aqui em casa.. Com a força que ela tem ninguém a segura!

Fico mesmo triste porque até ela me ter mordido estava tudo a correr tão bem.. era tão querida. Só dava beijinhos "


Conseguem imaginar o que me passou pela cabeça? Pois... mais uma vida perdida, mais uma cadela que vai ter um triste fim...

Depois esta pessoa veio apresentar o "bebé" que falou na mensagem em cima, pensando eu que era um "bebé humano", mas eis que o "bebé" era um cachorro que lhe tinha sido oferecido, e alguém pergunta se sempre deu a dobermann e leio a resposta:


"Sim teve de ser.. Rosnava a toda, toda a gente e rosnava à bebé. Não podia ser.. E como vê o estado psicológico da cadela não há-de ser o melhor estando a fazer isso à própria pata Entretanto nunca mais tive noticias dela.. Não sei se vão tentar curar a cadela primeiro ou se vão mesmo dá-la"

E depois aparecem as minhas amigas da onça:

"Marisa (pelo nick) tu é que eras excelente para recuperar este animal... adoras e conheces bem a raça, és dedicada. Só uma ideia, não faço ideia se tens condições para tal neste momento, está tudo tão difícil..."

Epá mas eu fiz mal a alguém??? É que depois, outra amiga da onça, vem dizer que até faziam um "pé de meia" para ajudar às despesas de veterinário, que iam ser muitas devido ao problema que entretanto ela desenvolveu, por stress, de literalmente se auto-mutilar... Tou cheia de amigas....

E agora a verdade verdadinha....

Pus-me em contacto com a pessoa que estava responsável pela cadela e fui ao Barreiro onde ela estava, com uma amiga da pessoa responsável. Assim que a vejo sair do prédio com a cadela, o meu primeiro comentário foi: "Esta cadela não tem mais de 1 ano..." - e não, ela tinha precisamente UM ano, e não 4 como disseram no tópico... Depois vem a doideira, a cadela era de uma doçura extrema, de uma meiguice sem limites, só queria brincadeira, só queria mimos, e nunca demonstrou qualquer tipo de agressividade, até hoje...

Resultado? Trouxe-mo-la, claro, tinha de ser, é do feitiço das palavras, eu bem que avisei....

Continuando com a verdade verdadinha...

A Krishna foi comprada por um casal abonado, ainda assim a um criadeiro de vão de escada. Um dia ela foi parar ao Hospital do Restelo com uma fractura na anca, alegadamente fruto de uma queda das escadas, reparem bem que escrevi "alegadamente", porque para mim, este tipo de fractura não aconteceu com uma queda, mas enfim, especulações à parte, ela ficou internada no Hospital o tempo todo necessário à sua recuperação. Sim, leram bem, o tempo TODO, cerca de 6 meses... os donos preferiram pagar para que ela lá ficasse do que tê-la com eles em casa... o dinheiro compra muita coisa, mas não compra amor, dedicação, lealdade, bons princípios e outras qualidades que ou se tem ou não se tem...
Durante esse tempo ela viveu numa jaula de hospital, e como consequência, começou a mutilar-se na para traseira direita, chegou mesmo ao ponto de se comer... Quando foi para casa, foi com esse "vício" e com uma lesão grave nos dedos da pata, e os donos ligaram à pessoa com quem falei, a "responsável" pela adopção, a perguntar onde era o canil para mandarem abater a cadela porque estavam fartos dela.... Essa pessoa, a quem eu estou eternamente grata, respondeu que o canil era em casa dela. Tá tudo dito...

Assim sendo, nós acabámos por ficar com a Krishna, ela teve de ser operada para amputar os 2 dedos do meio da pata posterior direita, não tinham salvação possível, foram 9 meses de recuperação para que as almofadas se adaptassem ao novo andar e à nova postura, era sempre uma faca de dois gumes, ora andava com a pata no chão e a almofada abria, ora andava de "sapato" e a almofada não criava o calo necessário ao seu bom desenvolvimento, até que um dia, estávamos nós e, obras, e ela andou com a pata, sem sapato, por cima de cimento em pó.... olha, remédio santo, aquilo secou que foi um mimo, mas acho que nenhum veterinário se lembraria de receitar "cimento em pó" para curar uma ferida.... aliás, tenho recordações desses dias de cimento:

Linda, não acham???....

Atenção, fotos que podem mesmo impressionar os mais sensíveis, passem para baixo rapidamente se não tiverem um estômago forte... Eu estou a avisar...

Aqui foi como ela veio para mim... O que está a amarelo é
o osso à vista...
Tentativas de recuperação...



E teve de ser, a amputação.
Aqui a "guerra" de 9 meses... feridas atrás de feridas...


PRONTO JÁ PODEM CONTINUAR A LER!!!

Mas finalmente tudo passou, a Krishna revelou-se uma cadela fenomenal, hiper meiga, super brincalhona, como qualquer Dobermann que se preze, é uma "dono-dependente", só está bem ao pé de nós, vai connosco para qualquer lado, ela quer é estar junto de nós e andar de carro, mas não se chateia nada se ficar umas horas em casa. Ou seja, as desculpas esfarrapadas que deram para se verem livres dela, ah porque me esqueci de dizer, a rapariga que escreveu as mensagens que citei em cima, foi já uma adoptante, mas como entretanto lhe ofereceram um cachorro cruzado de Labrador, e ela viu que esta pata ia dar trabalho e despesa, descartou a cadela com as desculpas que já sabem...

Hoje é uma cadela louca todos os dias, uma cadela de guarda dos chineses, não guarda nada, é uma "vergonha" para a raça, faz uma festa a todas as pessoas que aqui vêm, mesmo quando não as conhece de lado nenhum... Quer dizer, quando não está ninguém, não faço ideia como reagirá, mas sei que ao pé de nós é uma doce de cadela...

Aqui ficam as fotos:


 









quinta-feira, 3 de março de 2016

Krishna e Catarina "a Grande"

2016... Já passou quanto tempo desde a última mensagem?? Pois... Isto é que é um blog com movimento, nem há tempo para ler tanta actualização!!! 

Depois da partida dos meus machos, o meu querido "Nixas" e o meu Moon, o velhote, acabei por ficar só com 2 malucas, a miss Catarina (Ere Esmerald Vom Turmhaus) e a Krishna "do vão de escada city"....

Agora apetece-me contar um pouco da história de cada uma delas... Vá lá, não cliquem naquela cruzinha vermelha do canto superior direito do ecrã, eu prometo não ser muito chata.... Ah, também não vale fechar só o separador do browser, eu estou a ver... 

Ere Esmerald Vom Turmhaus aka Catarina:


A Cat tem uma história com um início feliz, um "meio" infeliz e um final feliz...

A Cat foi vendida a um casal que, penso que um ano depois, adquiriu ao mesmo Criador, um macho. Aparentemente pessoas sérias, tinham um pequeno negócio, viviam confortáveis, ou se calhar até bem demais... 
Um dia, num conhecido fórum de animais, uma pessoa que se dedica à protecção animal, publicou num tópico cujo título era "Dobermanns para adopção" ou algo do género, umas fotos, mais concretamente estas:




Eu claro, abri o tópico, e começo a ler a descrição:

"Foram entregues à ******, por um casal de toxico-dependentes, um uma fêmea e um macho Doberman em estado de fome extrema (pele e osso). São muito meigos. Estes dobermans possuem LOP, estão chipados e são oriundos do criador de Dobermans Turmhaus. Precisam urgentemente de donos que os estimem e também de ajuda para esterilização e castração. A fêmea nasceu a 12.12.2004 e o macho a 28.5.2005. Claro está, que por razões óbvias, a ****** somente os entregará depois das esterilização e castração feitas. Amanhã serão colocadas aqui as fotos que a ****** tirou.
Precisa-se de ajuda urgentemente nem que numa fase inicial seja para FAT."


E não tardaram comentários do tipo:

"Como é possível um criador,entregar os animais a este tipo de "pessoas". "


Ora eu fiz o que tinha de ser feito, liguei de imediato ao Criador que, ao abrir a página do dito fórum, ficou uns bons 30 segundos sem dizer uma palavra... De imediato perguntou se eu sabia onde é que eles estavam e eu disse que sim, e dei-lhe o contacto da pessoa a quem eles foram entregues. Incrível como ninguém se tinha ainda "lembrado" de ligar ao Criador... Para algumas pessoas os Criadores estão todos ao nível do vão de escada, mas felizmente que há excepções, muitas mesmo, só é preciso não ser de radicalismos absurdos, mas isso dava para outro blog....

No mesmo dia ele foi buscá-los, assumiu inteira responsabilidade pelos cães, um dia seus mas para sempre seus, e foi o total responsável pela sua recuperação. Os cães foram testados, tratados, recuperados a 100%, e quando ele achou que os cães estavam bem, pôs, a medo, para adopção.

Eu não queria, juro que não queria, eu não pedi nada.... mas acabei por ficar com a fêmea, a minha Cat!!! Ouvi um elogio que me marcou profundamente, o Criador quando eu lhe disse que estava a pensar ficar com ela disse-me: "Oh Marisa, não imaginas o quão aliviado eu fico de saber que a Catarina vai ficar contigo..." É ou não é de limpar a baba?!!!

E lá veio ela, está comigo há 9 anos, é uma lady, volta e meia pega-se com a outra maluca, mas nada que não se resolva, afinal são "gajas" né, só quem é "gaja" é que percebe estas coisas!!!  

Agora vou fazer outro "post" para a Krishna, também tem direito à vida!!!

Ah esqueci-me... aqui vão umas fotos da Miss Cat:





A ver se pinga alguma coisa da bancada da cozinha...

 





Let's play?!

Em modo de guarda... "Are you talking to me... punk??"

quinta-feira, 18 de outubro de 2012


Dedicated to my eternal Baby Angel in Heaven, Onix V. Turmhaus 6/08/2009 - 26/11/2010

WHEN TOMORROW STARTS WITHOUT ME
Author Unknown

When tomorrow starts without me,
And I'm not there to see;
The sun will rise and find your eyes
All filled with tears for me.
I wish so much you wouldn't cry
The way you did today,
Remembering how I'd lay my head
In your lap that special way.
I know how much you love me,
As much as I love you,
And each time that you think of me,
I know you'll miss me too. 

But when tomorrow starts without me.
Please try to understand,
That an angel came and called my name
And petted me with her hand.
She said my place was ready,
In Heaven far above,
And that I'd have to leave behind
All those I dearly love. 

But, as I turned to heel away,
A tear fell from my eye,
For all my life I never thought
That I would have to die.
I had so much to live for,
So many sits and downs to do,
It seemed almost impossible,
That I was leaving you. 

I thought about our lives together,
I know you must be sad,
I thought of all the love we shared,
And all the fun we had. 

Remember how I'd nudge your hand,
And poke you with my nose?
The frisbee I would gladly chase,
The bad guy, I'd "bark and hold". 

If I could relive yesterday,
Just even for awhile,
I'd wag my tail and kiss you,
Just so I could see you smile. 

But, then I fully realized,
That this could never be;
For emptiness and memories
Will take the place of me.
And when I thought of treats and toys,
I might miss come tomorrow,
I thought of you and when I did,
My dog-heart filled with sorrow. 

But then I walked through Heaven's gate,
And felt so much at home;
As God looked down and smiled at me,
From His beautiful golden throne.
He said, "This is eternity,
And now we welcome you,
Today your life on earth is past,
But here it starts anew. 

I promise no tomorrow,
But today will always last;
For you see, each days's the same day,
There's no longing for the past.
Now you have been so faithful,
So trusting, loyal and true;
Though there were times you did things,
You knew you shouldn't do. But good dogs are forgiven,
And now at last you're free;
So won't you sit here by my side,
And wait right here with me?"
So when tomorrow starts without me,
Don't think we're far apart.
For every time you think of me,
I'm right there, in your heart.

Your Pet in Heaven.....




segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Onix V. Turm Haus

Não só de Dobermanns vive o mundo, mas o meu...

No dia 6 de Agosto de 2009 nascia o que viria a ser o cão dos meus sonhos, o cão que toda a vida sonhei ter, o cão que sempre desejei: 


Onix V. Turm Haus



Aqui deitado sobre um dos seus companheiros de camarata! Na altura com o nome provisório de "Barcelão", não estivesse ele a envergar uma "coleira" com as cores do Barcelona F.C.!!!


Chegara finalmente o grande dia, o dia 5 de Outubro de 2009, o dia em que o iríamos buscar, o dia em que o sonho se torna realidade!





Eu ainda não conseguia acreditar que finalmente tinha em minha casa o cão dos meus sonhos... Mas era verdade, o Ónix estava em casa e era o novo membro da família!



Começaram as apresentações, a Catarina (Ere Esmerald V. Turm Haus) assumiu de imediato o papel de mãe, o papel da cadela que o lambe e o acaricia, mas também o papel da má da fita, aquela que o repreende quando ele se comporta mal... O velhote Moon veio ver o que é que lhe tinha aterrado lá em casa, a sua casa tão calma iria virar um pandemónio com o puto novo, com o chavalito insubordinado que chegou para instaurar o caos!!


A Catarina dá o seu aval, o canito novo está aprovado!!


Em abono da verdade, o Ónix não era nada burro, ele aprendeu rapidamente as regras mais agradáveis da casa...


E não era o único, o sofá chega para todos, menos para os donos!!


O tempo passou, o Ónix ia connosco para todo o lado, ele tinha de ser sociabilizado, precisava de conviver com pessoas e outros animais, como aliás todos os cães, especialmente raças poderosas e tendencialmente dominantes como o Dobermann.

Tal como todos os cachorros que entraram nas nossas vidas, o Ónix teve uma educação e treino rígidos, com uma criança em casa, não há margem para erros nem para cães mal educados ou agressivos, e como eu sou da geração de pessoas que acreditam piamente que o dono faz o cão e que não há raças perigosas, segui uma linha de treino que me pareceu adequada, com muito exercício, com muita disciplina e muuuuuito mimo!!!

A educação e treino eram e são, uma tarefa de família, todos participam na mesma, os cães têm de saber qual o lugar deles na família, como aliás se pode ver...



O Ónix acompanhava-nos nos nossos passeios, com ele percorríamos a Expo em Lisboa, com ele viajámos até Mangualde e Serra da Estrela onde ficámos por uns dias de férias, sempre que possível saíamos do passeio diário para explorar novos sítios, novas pessoas, novos desafios...


 
Podíamos ver o nascer do sol em Belém...





Ou ir passear a Monsanto, correr um pouco para esticar as pernas...


Ou passear à Expo para comer um gelado...


Ou quem sabe ir apanhar sol num dia de Verão...

As viagens é que eram uma canseira, até dava para repousar a cabeça e tudo...



Fomos a muitos sítios passear, correr ou apenas descontrair...








Um dia de Outono tudo mudou...

Em Setembro/Outubro de 2010, caí no erro de começar uma "pseudo" alimentação "natural", chamam-lhe BARF (Bones And Raw Food), baseia-se na alimentação à base de carne crua, carcaças de frango, de perú, alguns vegetais, peixe, tudo em cru. Eu queria o melhor para ele, eu apenas desejei que o meu cachorrão tivesse o melhor do mundo, e do que estive a ler, tudo me pareceu claro como água, pensei ser a solução mais adequada para que o meu cão crescesse saudável e forte, afinal só li coisas boas sobre a BARF e a alimentação dita natural.

Comecei então a "odisseia" da "comida natural"...

Obviamente que todos eles adoravam, era um petisco a hora da refeição, afinal qual é o cão que não gosta de carne e ossos?

No dia 22 de Outubro começou o princípio do fim...

O Ónix jantou, como todos os dias, BARF, e cerca de meia hora depois de comer, começou a fazer uma dilatação como eu nunca tinha visto. Fomos de urgência ao veterinário, eu nem queria acreditar que o meu bebé estava a fazer uma torção gástrica, era inimaginável um bebé com apenas 15 meses, estar a fazer uma torção, nem a veterinária quis acreditar no que se estaria a passar com um cão tão jovem...

O diagnóstico estava feito, o Ónix estava a fazer uma dilatação e consequentemente uma torção gástrica, a sala de cirurgias era a única opção, não havia alternativas.

Os sentimentos de  angústia e impotência tomaram conta de nós, a profunda tristeza misturada com alguma esperança na recuperação do nosso bebézão, eram os sentimentos que nos ocupavam a alma e o espírito. 

As perguntas surgiam: Como era possível um bebé fazer uma torção? Como era possível uma dilatação tão grande com comida com um elevado grau de humidade? Como é que a carne crua provocou isto? Será que ele se vai safar?
Será que... E o meu sentimento de culpa foi, e é, indescritível, nunca me vou perdoar por ter aderido a estas novas e absurdas correntes "naturalistas", a estas novas "modas" da comida natural, a estas tretas que vão contra o que há tantos anos se desenvolve: as rações equilibradas... É como diz a veterinária, porque é que vamos recuar 20 anos na ciência?? Absurdo, venha quem vier, a minha opinião mantém-se.

O meu menino foi operado, a cirurgia correu bem, mas o veterinário da equipa que o operou, e tendo em conta que o que ele tinha no estômago eram ossos, achou que era arriscado demais abri-lo para limpar, como normalmente se faz neste tipo de intervenções de urgência. Não sei se foi a decisão correcta, eu confio nele e na sua equipa, não sou ninguém para questionar os procedimentos cirúrgicos numa intervenção médico-veterinária, resta-me confiar. Foi o que fiz, e não me arrependo.

Passaram 2 dias, e o Ónix não teve alta, estava muito abatido e não estava a reagir muito bem ao pós operatório.

No dia 24 de Outubro, 2 dias após a cirurgia, a veterinária chamou-nos para conversar e explicou que o Ónix não estava a conseguir digerir o que tinha no estômago, e que a alternativa seria submetê-lo a nova intervenção cirúrgica, de alto risco, mas não havia alternativas, pois se lhe fosse provocado o vómito, os ossos poderiam rasgar o esófago ao serem regurgitados, seria pior a emenda... Nós concordámos com a opinião dela, estávamos cientes do risco, mas se não o corrêssemos ele morreria.

No dia 25 de manhã ele foi operado, e nós fomos visitá-lo ao final do dia:






Chegámos e vimos o que não queríamos...

Nunca esquecerei a sua expressão, ou falta dela... Foi uma visita "horrível", eu e o meu marido percebemos que o Ónix já cá não estava, ele olhava para o vazio, ele não respondia à nossa voz, ele não respondia ao nosso toque, ele apenas estava ali, na realidade a mente dele estava já do "outro lado"... 

Não sei descrever melhor o que senti e sinto ao escrever estas palavras, as lágrimas escorrem-me pela cara, já lá vão quase 2 anos, e não consigo superar este sentimento de perda, não consigo superar o meu erro, não me consigo perdoar por ter morto o meu cão, o meu bebézão com apenas 15 mesinhos...

No dia 26 de madrugada, o Ónix sucumbia a um pós operatório, no mínimo, misterioso...

A cirurgia tinha corrido bem, mas a sua resposta não era positiva, os veterinários testaram tudo o que havia a testar, eles radiografaram-no várias vezes, eles fizeram análises várias vezes, eles não conseguiam perceber o porquê dele estar prostrado, sem reacção, foi algo inexplicável.

No dia 26 de manhã, pelas 10h, recebo uma chamada no meu telemóvel da veterinária, não era bom sinal, eu tinha a certeza... Do outro lado a veterinária soluçava num misto de tristeza, choro e sentimento de dever profissional em ter de me dar a má notícia de que, pelas 6h da manhã desse dia, o nosso bebé havia falecido. 

Não há palavras para descrever o que senti... Ainda hoje, não consigo descrever como me senti e como ainda me sinto ao escrever estas palavras...

Pelo mistério da morte, a veterinária pediu-nos autorização para o autopsiar, a qual foi concedida, nós queríamos saber o porquê da morte do nosso "Nixas".

Assim foi, a autópsia foi feita, e eu só tenho um enorme obrigado a dizer à equipa de veterinários que acompanhou o nosso Nixas, pelo profissionalismo, pela franqueza e honestidade com que pautam as suas acções e o exercício da sua profissão. 

O Ónix faleceu com uma hemorragia interna. Sem que nenhum veterinário conseguisse perceber como é que uma micro ruptura de um vaso sanguíneo, que "encheu", a conta-gotas, o nosso menino de sangue, até à morte, passou ao lado das análises e dos Raios X que lhe foram sendo tirados, permanece até aos dias de hoje um enorme mistério.

Ao meu cão, ao nosso cão, ao grande amor da nossa vida, ao cão dos nossos sonhos vai o nosso OBRIGADO por nos teres proporcionado um ano e 21 dias de AMOR incondicional, um ano e 21 dias de fidelidade, um ano e 21 dias de felicidade, Obrigado por nos teres ensinado que a vida tem de ser vivida um dia de cada vez, e cada dia como se fosse o último, nunca esta expressão fez tanto sentido.

Amo-te muito Meu Cão, estarás sempre presente em todos os dias da minha vida.